Resenha: Os Dois Mundos de Astrid Jones - A.S. King

                                               

Título:
Os Dois Mundos de Astrid Jones
Autor: A.S. King
Gênero: Romance
Avaliação: Excelente (5 estrelas)
Editora: Editora Gutenberg
Páginas: 270
Sinopse:

    "O movimento é impossível." É o que Astrid Jones, 17 anos, aprendeu na sua aula de filosofia. E, vivendo na pequena cidade em que mora, ela começa a acreditar que isso é mesmo verdade. São sempre as mesmas pessoas, as mesmas fofocas, a mesma visão de mundo limitada, como se estivessem todos presos em uma caverna, nunca enxergando nada além.
    Nesse ambiente, ela não tem com quem desabafar suas angústias, e por isso deita-se em seu jardim, olha os aviões no céu, e expõe suas dúvidas mais secretas aos passageiros, já que eles nunca irão julgá-la. Em seu conflito solitário, ela se vê dividida entre dois mundos: um em que é livre para ser quem é de verdade e dar vazão ao que vai em seu íntimo, e outro em que precisa se enquadrar desconfortavelmente em convenções sociais.
    Em um retrato original de uma garota que luta para se libertar de definições ultrapassadas, este livro leva os leitores a questionarem tudo e oferece esperança para aqueles que nunca deixarão de buscar o significado do amor verdadeiro.

Resenha:

    Sabe quando você pega um livro para ler só para se distrair e de repente percebe que está lendo um livro incrível, que te traz tantas reflexões? Pois é, esse livro é um deles!

    Os Dois Mundos de Astrid Jones esse livro me surpreendeu de tantas maneiras positivas que penso nele até agora, dias depois que o li. Não é apenas um clichê é um livro que aborda as escolhas e as indecisões de uma adolescente que ainda está se descobrindo, uma família que indiretamente vive das aparências e das necessidades do que as cidades pequenas normalmente vivem.

"Eu sou igual a um piloto de avião e um mecânico de carro. Eu sou igual a você. Você é igual a mim. Isso é universal. Exceto que não é."

    Astrid é uma personagem forte e sonhadora, apesar de toda a insegurança de tentar se encontrar em meio a uma família turbulenta, uma mãe que vive para o trabalho e ama controlar tudo, um pai que vive chapado e uma irmã esportista que acaba sendo a válvula de escape da mãe, mas que gostaria de ser invisível, se já não bastasse a família, seus melhores amigos são homossexuais e escodem de todos e ela está apaixonada por uma garota!

    Como válvula de escape de seu mundo conturbado ela manda seu amor e suas perguntas para os aviões que passam, confesso que é incrível essa parte, porque toda vez que ela faz isso temos a perspectiva das pessoas que estão dentro dos aviões, de seus medos e suas angústias. Não esquecendo de seu amor a filosofia (gente, eu amo filosofia!).

"Há um 747 passando bem alto, que deixa uma linha branca certinha pelo céu sem nuvens de outono. Pergunto aos passageiros: Eu sou mesmo gay? Mas eles não respondem. Estão lendo suas revistas de bordo e bebericando um refrigerante. Mando meu amor a eles, o máximo que consigo reunir. Pergunto a eles: O que faço agora?"

    O que mais me chamou a atenção nesse livro foi sua angústia de encontrar sua voz interior para dizer para todos que ela amava uma garota, Dee. E me perguntei por diversas vezes como a nossa sociedade pode ser cruel, como pode julgar tanto só porque existe tantas formas de amor e tudo o que ela queria era ser ela e amar quem ela queria. E percebi, como alguns amigos meus devem ter sofrido ao contar para aqueles que amavam quem eram de verdade em seu interior, quem queriam amar sem julgamentos.

"Eu pergunto a elas: tudo bem mentir para poder ser feliz?"

    A autora escreve de uma forma doce e ao mesmo tempo forte toda essa angústia de se auto afirmar de uma adolescente, Astrid Jones foi uma personagem incrível e que adoraria que fosse minha amiga na vida real.

"Como podemos dizer que ninguém é perfeito se não há perfeito a ser comparado? A perfeição implica em haver de fato um jeito certo e um jeito errado de ser. E que tipo de perfeição é a melhor? Estética? Psicológica? Mental?" (Pág. 266)

    Termino essa resenha dizendo para você que está com medo de ser quem realmente é, você não está só, você não precisa ter medo, porque todos seremos julgados independente se somos o que a sociedade quer ou não. Como diria nossa querida Astrid Jones, estou mandando todo meu amor para você!

"O que importa é sairmos daqui inteiros. O que importa é encontrar a verdade sobre nossas próprias vidas, não se importar sobre o que as pessoas pensam que é a verdade sobre nós!"

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